A taxa de juros é o
instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob
controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem
maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar
os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros sobem, a
autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais custosos--,
a economia desacelera e evita-se que os preços subam --ou seja, que ocorra
inflação.
Com a redução da taxa básica de juros
(Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida
pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no
mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o
pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.
É por isso que os empresários pedem
corte nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise,
como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente
migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.
Em um cenário normal, é também por esse
motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve
(BC dos EUA) de que os juros possam cair.
Quando o juro sobe, acontece o inverso.
O investimento em dívida suga como um ralo o dinheiro que serviria para
financiar o setor produtivo.
Selic
Selic é a sigla para Sistema Especial
de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima
(Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) com
o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos
públicos.
O Selic é um sistema eletrônico que
permite a atualização diária das posições das instituições financeiras,
assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.
Hoje, Selic identifica também a taxa de
juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os
bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre
bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.
Copom
O Copom foi instituído em junho de 1996
para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente
do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária,
Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e
Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização,
e Administração.
O Copom se reúne em dois dias seguidos.
No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes:
Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas
Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab),
Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da
Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
Fonte: Folha UOL